Se fosse eu sozinho...

Se fosse eu sozinho a saber por onde andar, estaria perdido.
Se fosse eu sozinho a pensar nas solução de meus problemas, estaria hoje com sérios problemas.
Se fosse eu sozinho a pensar no que escrever, nada sairia como eu gostaria.

Obrigado, Senhor.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

O Canto do Pássaro

  Não sei se já pararam para escutar o canto de um pássaro. Independente da espécie, bem-te-vi, colibri, periquito, pomba, coruja, anu-preto, canários, sabiá, fogo-apagou, vocês já pararam para escutar? Para mim,  uma das formas mais bonitas de louvor é o canto de um pássaro, então, nossa! Entre sirenes e buzinas, carros e caminhões, conversas e discussões, protestos das multidões, eles estão sempre lá, sem desafinar ou se intimidar com tanto barulho. Em seu canto está escondido um grito de gratidão por estarem ali, vivos em meio a selva que é a cidade, lutando por comida e abrigo. E não é difícil de perceber essa gratidão.
   Deveríamos ser assim, agradecer incessantemente por tudo o que recebemos todos os dias, e são tantas graças! Graças que nem mesmo pedimos, apenas recebemos. Deveríamos olhar para o céu, dobrar nossos joelhos e cantar um pouco, cantar em louvor àquele que nos dá tudo sem merecermos, que nos criou e ungiu e nos consagrou.
   Mas afinal, já escutaram o cantar de um pássaro hoje?


Rogério Troncoso

terça-feira, 21 de setembro de 2010

O Poder do Silêncio

   Quem nunca passou por um momento de brigas e discussões e que, logo depois, pensou em como deveria ter ficado calado? Quem nunca passou por um momento em que palavras não expressariam o que se passava no coração? Quem nunca passou por um momento no qual o silêncio fora a unica arma usada para se defender ou agredir? Quem nunca passou por um momento em que o silêncio de si mesmo e do outro foi uma grande prova de amor e carinho?
   Mamãe do Céu ensinou para nós exatamente isso: recebeu o Filho de Deus, o criou, ensinou, educou, cresceu junto com Ele e na maior parte do tempo esteve em silêncio. Ensinou-nos o valor de escutar, de aprender com os ensinamentos de quem já passou por aqui e, no seu caso, quem Criou tudo isso aqui. Ensinou-nos o valor de permanecer em silêncio nas horas em que nosso tão querido e precioso ego é atingido. Exatamente quando cutucam naquela ferida, quando apontam aquela mancha cuja podridão queria que ninguém visse.
   O que aconteceu com o mundo? O que aconteceu, principalmente com os jovens, que deixaram de escutar os mais velhos, de querer ouvir histórias dos avôs e avós, de querer aprender com aqueles que já viveram uma vida de aventuras e sonhos, muitas vezes humilhados, muitas vezes bem-sucedidos, muitas vezes tristes, muitas vezes felizes. Agora, porém, que aprenderam (ou não) a sua fórmula da felicidade e querem compartilhar com seus netos ou filhos tão queridos, estes não têm tempo, não têm vontade, não têm paciência. Têm uma coisa: prepotência. Acham que sabem de tudo, acham que têm poder para tudo. Acham que detém a toda a inteligência e ventura para serem mais que tudo. Esquecem-se, porém, de um detalhe essencial: a inteligência provém da aprendizagem com seus erros; a sabedoria, entretanto, da aprendizagem com os erros do outro. A inteligência provém do estudo; já a sabedoria, da experiência. De que me adianta ter todo o conhecimento do funcionamento de um computador se o uso só para coisas banais? De que me adianta ser excepcional em desenho se não tenho visão crítica das situações? De que me adianta saber tocar um instrumento se as músicas que toco não contribuem em nada para com o crescimento do meu irmão?
   E de onde vamos tirar esse conhecimento? Da escuta de quem já viveu. Nós tiramos esse conhecimento ouvindo e prestando atenção no que ouvimos, analisando o que lemos, entre outras coisas. Eu aposto que se eu perguntar para os leitores desse blog quantos entendem meus poemas verdadeiramente, muitos iriam dizer que sim. Porém, se perguntar quantos analisam o que lêem, acho que poucos saberiam me explicar o que leram. "Aaahh, você não ia falar do silêncio?". É justamente aí onde o silêncio entra. É calando a boca e ficando verdadeiramente em silêncio que poderemos ser mais justos, sábios, inteligentes, etc. É parando para escutar e simplesmente escutar que poderemos apreciar o canto de um pássaro no meio do tráfego. Sim, existem pássaros cantando em meio ao tráfego. E o canto de um pássaro tem muito o que oferecer, principalmente nos dias atuais. Pense nisso.
   Tenho absoluta certeza de que assuntos críticos são muito melhor resolvidos com calma, paciência e baixa intensidade sonora. Tenho certeza de que aulas são muito melhor aproveitadas com calma, paciência e baixa intensidade sonora. Tenho certeza de que problemas na família são muito melhor... Pelo amor de Deus! Se dá para perceber que se sua mãe começa a gritar e você começa a gritar vocês não saem do lugar, então engole o sapo e depois com muita calma, paciência e baixa intensidade sonora, nunca perdendo a confiança de que uma hora vai dar certo, converse com tranquilidade, vendo os pontos conflitantes, descobrindo o porque das coisas, vai ser tão mais agradável que até os seus vizinhos vão agradecer! "Ah, eu não gosto do meu vizinho." Relaxa, ele também não gosta de você. "Poxa, mas eu gosto do meu vizinho." Relaxa, ele gosta de você. Viu?, é só uma questão de ponto de vista. Agora, me dá licença que eu preciso fazer silêncio com os dedos, eles fazem muito barulho.


Rogério Troncoso

domingo, 19 de setembro de 2010

Volta

Voltei ao mundo dos vivos
Voltei a sentir emoções
Voltei a chorar quando preciso
Voltei a declarar sem receio
Voltei a falar sem medo
O que realmente quero dizer
Voltei para mudar
Não só o que vivo
Mas também o que sou
Voltei para aprender a ser
Muito mais que algum
Mas alguém


Feliz


Rogério Troncoso

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Ah!, o Amor!

Quão bonito é o Amor
Sereno em Seu ardor
Ladrão de emoções
Abre todos portões

Vê, que mal há em viver
Sentir, tocar, pensar
Nalgo em que se quer crer
Para viver sem não dá
Viver sem Ti não dá
Amor

Caridade me ensinou
Que na vida quem amou
Foi mais feliz
A falta me mostrou
Que quem mais amou
Morreu por Seus amigos
Provou que a amizade é isso
Incondicionalmente e livremente ter
Vontade de viver e de morrer
Por seu
s amigos


Rogério Troncoso

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Sabe...

Sabe, quando me sinto sozinho e perdido
Sem saber que direção tomar
Quando me sinto cansado tomado por duvidar pela angústia
Não sei por que existo.


A esperança bate à minha porta
Trazendo consigo a felicidade
Que só Você me traz
Hoje pensei tanto em Você
Preciso de Você para viver
Para ter a minha paz




Rogério Troncoso

Namoro

  Um outro dia ouvi uma menina no colégio dizer que ela e seu namorado estavam fazendo sexo e que aquilo era a melhor coisa em um relacionamento. Escutei aquilo e pensei: "Poxa vida, se ela soubesse que nunca chegou na mellhor parte...". E por que eu digo isso? Por que insisto na "bobeira" da castidade? Explico-me.
  O namoro nada mais é do que uma amizade que deu certo. Aliás, deu mais do que apenas certo. Deu tão certo, mais tão certo, que duas pessoas que eram apenas amigas chegaram num nível de intimidade tão grande - e quando digo intimidade não digo ver o outro nu, mas uma relação de sintonia muito forte - que levou-os a segurar as mãos, abraçarem-se e encostar os lábios numa atitude, que há muito se perdeu o significado, que é uma das mais bonitas demostrações de carinho e afeto e que, infelizmente, vê-se banalizada.
  O que é o beijo? De onde surgiu? Conta-se que surgiu quando ainda caçávamos e dependíamos da colheita de árvores e plantas silvestres para sobrevivermos e alimentarmo-nos. Quando pequenos, não conseguíamos comer nada que fosse duro, pois nossos dentes não aguentariam a pressão dos alimentos e, por isso, nossos pais, mas principalmente nossas mães mastigavam o alimento e nos davam através do beijo. Disso nasce uma demonstração de carinho, levada pelos filhos às suas companheiras. Com isso não digo que o beijo deve ser visto como transporte de alimento. Não disse isso. Disse sim que deve ser visto como uma demostração de carinho, mas não deve ser a base num relacionamento. Muito menos o sexo.
  Não há como se contruir uma casa sobre a areia. Por isso, não se deve basear algo que deve ser duradouro nalgo que acaba. Quando digo que acaba digo que em algum momento uma das partes não vai querer fazer ou usar ou entender a outra e quando isso acontecer, se contruída a relação sobre algo passageiro, essa relação obriga uma das partes a aceitar e fazer o que a outra quer ou a não aceitar e aceitar as consequências dessa quebra de relação, como uma traição, uma briga sem fundamentos, uma não aceitação de uma atitude, enfim: isso não aconteceria se a base, ou melhor, as bases fossem outras.
  Quando as bases são o amor, o respeito e a amizade, nada fará alguém se essa coisa for machucar seu parceiro, pois o amor define isso. O respeito os leva a aceitar a opinião do outro e a não obrigar o outro a fazer algo que aquele não queira. E a amizade faz com que sejam confidentes de tudo, criando assim um laço de lealdade e fidelidade muito forte. 
  Nada disso, porém, é possível sem renúncia pessoal. Como o respeito, o amor e a amizade vão agir sem que uma das partes queira tão bem a seu parceiro que deixe de lado algo de que gosta ou que precisa (às vezes) fazer pelo bem da outra? Que fique bem claro: Um namoro não funciona sem renúncia. Aliás, nenhum relacionamento funciona sem renúncia, pois sempre estaremos mexendo com interesses.
  Passo então a falar da melhor parte do namoro: o diálogo. Se um relacionamento é para dar certo, essa será a melhor e mais longa parte dele. É nessa hora que se conhece quem é o parceiro, é nessa hora em que se pode ter uma noção do que virá pela frente, do que se espera da vida de casado, é nessa hora que se passa os melhores momentos, aqueles que vemos em filmes, o casalzinho passeando no parque, apaixonados. É nessa hora, e não na cama, que se sabe se aquela pessoa vai fazer você crescer, aprender e te ajudar a caminhar sempre rumo ao que julga-se ser bom ou não, se ela vai te fazer afundar, nunca se esquecendo da renúncia, e isso inclui o sexo.
  "Ah, por que motivo não fazer sexo antes do casamento?" Por quê? Porque isso pode trazer tantas complicações que sinceramente não vale a pena passar por tanto sofrimento para sentir prazer. Há outras formas e não inclui masturbação. Vou dizer alguns dos motivos. Nada tem 100% de garantia de proteção contra gravidez, fora a abstinência, falo por mim mesmo que, brinco, mas é verdade, que sou um "acidente" - meu pai havia feito vasectomia e ela regrediu -. Quantas histórias não ouvimos de camisinhas furadas ou de pílulas que não funcionaram? Outro: pra que serve a castidade? Justamente pra ensinar-nos a esperar. Esperar por quê? É uma das mais eficazes maneiras de aprender a esperar quando no casamento um dos parceiros quer fazer sexo e o outro não ou quando não se pode ter filhos naquele momento da vida do casal e a mulher está num dia fértil. Aí entra o respeito e a renúncia. Respeito ao parceiro que não quer e renúncia de algo por um bem maior. E é na castidade que se aprende isso.
  Portanto, espero com muita esperança que Deus, na sua infinita Misericórdia, conceda às pessoas, e principalmente aos jovens, inteligência suficiente para pensar e raciocinar sobre suas ações, para que as coisas possam começar a mudar, e elas só vão começar a mudar quando cada um tiver a vontade de mudar.

Rogério Troncoso