Se fosse eu sozinho...

Se fosse eu sozinho a saber por onde andar, estaria perdido.
Se fosse eu sozinho a pensar nas solução de meus problemas, estaria hoje com sérios problemas.
Se fosse eu sozinho a pensar no que escrever, nada sairia como eu gostaria.

Obrigado, Senhor.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Namoro

  Um outro dia ouvi uma menina no colégio dizer que ela e seu namorado estavam fazendo sexo e que aquilo era a melhor coisa em um relacionamento. Escutei aquilo e pensei: "Poxa vida, se ela soubesse que nunca chegou na mellhor parte...". E por que eu digo isso? Por que insisto na "bobeira" da castidade? Explico-me.
  O namoro nada mais é do que uma amizade que deu certo. Aliás, deu mais do que apenas certo. Deu tão certo, mais tão certo, que duas pessoas que eram apenas amigas chegaram num nível de intimidade tão grande - e quando digo intimidade não digo ver o outro nu, mas uma relação de sintonia muito forte - que levou-os a segurar as mãos, abraçarem-se e encostar os lábios numa atitude, que há muito se perdeu o significado, que é uma das mais bonitas demostrações de carinho e afeto e que, infelizmente, vê-se banalizada.
  O que é o beijo? De onde surgiu? Conta-se que surgiu quando ainda caçávamos e dependíamos da colheita de árvores e plantas silvestres para sobrevivermos e alimentarmo-nos. Quando pequenos, não conseguíamos comer nada que fosse duro, pois nossos dentes não aguentariam a pressão dos alimentos e, por isso, nossos pais, mas principalmente nossas mães mastigavam o alimento e nos davam através do beijo. Disso nasce uma demonstração de carinho, levada pelos filhos às suas companheiras. Com isso não digo que o beijo deve ser visto como transporte de alimento. Não disse isso. Disse sim que deve ser visto como uma demostração de carinho, mas não deve ser a base num relacionamento. Muito menos o sexo.
  Não há como se contruir uma casa sobre a areia. Por isso, não se deve basear algo que deve ser duradouro nalgo que acaba. Quando digo que acaba digo que em algum momento uma das partes não vai querer fazer ou usar ou entender a outra e quando isso acontecer, se contruída a relação sobre algo passageiro, essa relação obriga uma das partes a aceitar e fazer o que a outra quer ou a não aceitar e aceitar as consequências dessa quebra de relação, como uma traição, uma briga sem fundamentos, uma não aceitação de uma atitude, enfim: isso não aconteceria se a base, ou melhor, as bases fossem outras.
  Quando as bases são o amor, o respeito e a amizade, nada fará alguém se essa coisa for machucar seu parceiro, pois o amor define isso. O respeito os leva a aceitar a opinião do outro e a não obrigar o outro a fazer algo que aquele não queira. E a amizade faz com que sejam confidentes de tudo, criando assim um laço de lealdade e fidelidade muito forte. 
  Nada disso, porém, é possível sem renúncia pessoal. Como o respeito, o amor e a amizade vão agir sem que uma das partes queira tão bem a seu parceiro que deixe de lado algo de que gosta ou que precisa (às vezes) fazer pelo bem da outra? Que fique bem claro: Um namoro não funciona sem renúncia. Aliás, nenhum relacionamento funciona sem renúncia, pois sempre estaremos mexendo com interesses.
  Passo então a falar da melhor parte do namoro: o diálogo. Se um relacionamento é para dar certo, essa será a melhor e mais longa parte dele. É nessa hora que se conhece quem é o parceiro, é nessa hora em que se pode ter uma noção do que virá pela frente, do que se espera da vida de casado, é nessa hora que se passa os melhores momentos, aqueles que vemos em filmes, o casalzinho passeando no parque, apaixonados. É nessa hora, e não na cama, que se sabe se aquela pessoa vai fazer você crescer, aprender e te ajudar a caminhar sempre rumo ao que julga-se ser bom ou não, se ela vai te fazer afundar, nunca se esquecendo da renúncia, e isso inclui o sexo.
  "Ah, por que motivo não fazer sexo antes do casamento?" Por quê? Porque isso pode trazer tantas complicações que sinceramente não vale a pena passar por tanto sofrimento para sentir prazer. Há outras formas e não inclui masturbação. Vou dizer alguns dos motivos. Nada tem 100% de garantia de proteção contra gravidez, fora a abstinência, falo por mim mesmo que, brinco, mas é verdade, que sou um "acidente" - meu pai havia feito vasectomia e ela regrediu -. Quantas histórias não ouvimos de camisinhas furadas ou de pílulas que não funcionaram? Outro: pra que serve a castidade? Justamente pra ensinar-nos a esperar. Esperar por quê? É uma das mais eficazes maneiras de aprender a esperar quando no casamento um dos parceiros quer fazer sexo e o outro não ou quando não se pode ter filhos naquele momento da vida do casal e a mulher está num dia fértil. Aí entra o respeito e a renúncia. Respeito ao parceiro que não quer e renúncia de algo por um bem maior. E é na castidade que se aprende isso.
  Portanto, espero com muita esperança que Deus, na sua infinita Misericórdia, conceda às pessoas, e principalmente aos jovens, inteligência suficiente para pensar e raciocinar sobre suas ações, para que as coisas possam começar a mudar, e elas só vão começar a mudar quando cada um tiver a vontade de mudar.

Rogério Troncoso

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